Tanto a comunicação, no dia 22 de Novembro de 2019, por Philip Fearnside sobre o desmatamento explodindo, que historicamente é associado com focos de calor alcançando picos associados com secas extremas, quanto às observações atuais de anomalias positivas mais altas nos primeiros cinco meses de 2020 em comparação a média histórica (1958-2020) de aquecimento do Oceano Atlântico (sensu região da Oscilação Multi-decenal do Atlântico) que está associado fortemente com eventos de seca extrema no Sudoeste da Amazônia (i.e. seca severa de 2005; Aragão et alli 2020), denotam a necessidade de ações emergenciais no enfrentando dessa pandemia pelo Covid-19 e àqueles problemas respiratórios ocasionados pelas queimadas pressionando o sistema de saúde.
O relatório de qualidade do ar, ano de 2019, conduzido pelo
Professor Willian Flores da Ufac e de outras organizações da sociedade, mostra que o Acre enfrentou pelo menos, 21 dias com a concentração de material particulado acima do limite diário recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa poluição do ar causa problemas respiratórios, afetando, em especial, crianças e idosos.
Dr. Liana Anderson, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais - o Cemaden, reforça: Os estudos possibilitam prever que, neste ano, associado ao aumento já observado de queimadas e desmatamentos, possa também ocorrer um esgotamento do sistema de saúde regional, mais preocupante com a crise instalada pela pandemia do coronavírus.
Essa destruição sem limites, o desmatamento, há mais de 30 anos sendo evidenciada e denunciada, e que está emergindo com mais força sob o atual governo, já resultou em 700 mil k² de florestas derrubadas (aproximadamente uma área igual aos estados do Acre, Rondônia, Roraima e metade do Amapá somados). Destes, 350 mil km² são hoje, áreas degradadas e sem uso, com fontes de água destruídas, apenas servindo para especulação imobiliária, sem produzir um quilo de alimento.
Esse estágio de degradação volta a imperar e a ganhar mais força devido a atitude e o negligenciamento do governo federal. Nesse artigo,
Áreas Protegidas não impedem o desenvolvimento - ação política sub-reativa, sim!, mostra dados da inoperância no combate ao desmatamento ilegal, cujos R$ 1,45 bilhões de multas aplicadas são quatro vezes menor que o total aplicado na última década, e consiste no menor valor desde 2003.
Conforme matéria do dia 22/05 do blog Ambiente-se do Jornal o Estado de São Paulo, da jornalista Giovana Girardi, um exemplo dessa inoperância proposital do governo federal, foi o número reduzido de operações de fiscalização previstas e realizadas pelo o ICMBIO para proteger as Unidades de Conservação. Em 2019 o órgão planejou 83 fiscalizações, porém concretizou apenas 13, contra 31 de 2018.
A Justiça Federal do Amazonas publicou na noite do dia 21 de maio, uma determinação para que órgãos ligados ao governo federal, como Ibama, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e Funai adotem, imediatamente, ações de comando e controle para conter o desmatamento. A decisão, assinada pela juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, estabelece que o governo adote medidas para conter infratores ambientais, como madeireiros, garimpeiros e grileiros, em dez pontos considerados críticos para a ocorrência dos crimes e que foram previamente identificados desse modo pelo Ibama.
Na reunião ministerial do governo federal, exibida no vídeo veiculado na última sexta-feira, dia 22, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, o atual ministro Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente expressa que é na pandemia que devem flexibilizar a legislação ambiental para as atividades econômicas, abrindo caminho para a destruição dos recursos naturais.