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Projeto apoia a certificação orgânica, extrativista e mercado justo em cooperativas no Acre e Amazonas

Entender a importância da certificação, as peculiaridades de cada cooperativa, debater as formas eficientes de gestão e qual a melhor maneira de implantá-las foram os principais objetivos da Oficina de Capacitação sobre Certificação Orgânica, Extrativista e de Mercado Justo, realizada pela SOS Amazônia, por meio do projeto Valores da Amazônia, entre os dias 1º e 4 de fevereiro, na sede da instituição, em Rio Branco.


O evento foi mediado por Daniel Schuppli, da certificadora IMO Control do Brasil, e contou com a participação da equipe técnica da SOS Amazônia, assim como representantes das nove cooperativas beneficiadas com o projeto. Para ele, é necessário que os debates existentes na oficina cheguem até os pequenos produtores para que a certificação seja alcançada. “Como as cooperativas trabalham com pequenos produtores, é preciso ferramentas de gestão eficientes que possibilitem uma melhor comunicação entre administradores e produtores. A gestão de dados é um exemplo. Tudo isso é um processo de melhoria contínua, esses administradores, que aqui estão, precisam levar o que absorveram e por em prática nas suas respectivas cooperativas”, disse Schuppli.


Miguel Scarcello, secretário geral da SOS Amazônia, mostra a importância de esclarecer o quanto o mercado é exigente em relação ao uso dos produtos da floresta. “A oficina é importante porque informa e instrui os administradores das cooperativas beneficiadas a ter clareza do quanto o mercado é exigente no tocante a qualidade de seus produtos e o uso correto dos recursos da floresta”, destacou Scarcello.


O coordenador geral do Valores da Amazônia, Alisson Maranho, explica que a iniciativa faz parte de um conjunto de ações do projeto que visa implantar a certificação da produção extrativista. "Além de proporcionar maior possibilidade de comercialização no mercado internacional, a certificação pode atribuir maior garantia do cumprimento da sustentabilidade social, econômica e ambiental", disse Maranho.


 ASSESSORIA TÉCNICA

Um pilar fundamental na relação entre instituições e produtores é a assessoria técnica. Maria Aparecida, secretária técnica da SOS Amazônia, falou dos benefícios trazidos pela capacitação com relação aos técnicos. “Essa certificação possibilita um aprimoramento para nossa equipe de campo, tanto na extensão, quanto no acompanhamento das cooperativas. Além de aprimorar o conhecimento, pois podemos desenvolver e pensar na sustentabilidade do projeto num longo prazo”.


Aprimorar seus produtos para que possam ampliar o mercado é o sonho de Elizana Araújo, coordenadora da Coopfrutos, de Mâncio Lima, e também de Antônio Alexandre, responsável pela cooperativa indígena Pushuã Shawãdawa, do município de Porto Walter. “Estamos tendo a oportunidade de entender o que deve ser modificado dentro das nossas cooperativas e o que precisa de fato para conseguir uma certificação. Com isso, as pessoas vão saber que se trata de um produto extrativista de boa qualidade, e o mais importante, não agride o meio ambiente”, disse Elizana.


“Saber discutir com o mercado interno e externo com clareza, buscar a qualidade dos nossos produtos para conseguir ser reconhecido pelo público. Isso que aprendi com a oficina e espero conseguir colocar na cabeça dos demais cooperados”, destacou Antônio Alexandre.


Cooperativas alcançadas pelo projeto Valores da Amazônia

No Acre: Cooperafe (Feijó-AC); Coopercintra e Amuralha (Rodrigues Alves); Caet (Tarauacá); Coapex e Pushuã Shawãdawa (Porto Walter); Cooperfrutos (Mâncio Lima). No Amazonas: Cooperar (Boca do Acre e Paenin); Copronat (Silves).


A Oficina de Capacitação sobre Certificação Orgânica, Extrativista e de Mercado Justo faz parte do projeto Valores da Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia/BNDES. Saiba mais


Por Márcio Souza | Edição: Eliz Tessinari

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