Com o objetivo de mitigar o impacto do fogo sobre a fauna silvestre, equipe do Projeto Brigadas Amazônia realiza, nos dias 18 e 19 de agosto, capacitação com brigadistas e militares do Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul, Feijó e Mâncio Lima, no interior do Acre. Durante os encontros, são repassadas orientações técnicas e apresentados os métodos utilizados para conter os animais.
O Acre totaliza 2.166 focos de calor em 2021 e está entre os doze estados que tiveram aumento no número de incêndios e queimadas em agosto, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Além dos impactos ambientais e dos danos causados à saúde da população, a atividade do fogo afeta diretamente a fauna, colocando em risco a vida de aves, anfíbios, répteis, mamíferos e tantos outros animais silvestres.
O biólogo e instrutor Luiz Borges, doutor em Ecologia, explica que a capacitação é um desdobramento da oficina de regate de fauna, promovida pela SOS Amazônia em junho e julho de 2020. “Estamos em ação direta, in loco, com os brigadistas da SOS Amazônia, capacitando os profissionais que estão na linha de frente do combate ao fogo para fazer o resgate dos animais”, conta o biólogo.
Na quarta-feira, dia 18, a capacitação reuniu sete brigadistas e o efetivo do Corpo de Bombeiros do município de Feijó. No dia seguinte, foi a vez de orientar profissionais de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.
Projeto Brigadas Amazônia
O projeto Brigadas Amazônia, desenvolvido pela SOS Amazônia com suporte do Fundo Emergencial do WWF-Brasil, promove ações emergenciais de monitoramento e combate de desmatamento e queimadas, bem como ações de conscientização ambiental na Amazônia. Atualmente, a equipe trabalha na finalização de uma cartilha sobre resgate de fauna.
Em 2019, o Brigadas Amazônia atuou no combate, monitoramento e conscientização da atividade de fogo em 354 áreas na Bacia do Juruá, incluindo a Resex Alto Juruá, a Resex Riozinho da Liberdade, a Floresta Estadual do Mogno e a Floresta Estadual do Rio Gregório, abrangendo os rios Juruá, Envira e Tarauacá.
A equipe dialogou com os comunitários sobre os principais desafios da conciliação saudável de suas atividades agrícolas de subsistência e econômicas, incluindo as soluções apontadas pelos próprios comunitários para reduzir o impacto do fogo na saúde pública e no bem-estar humano.