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SOS Amazônia apresenta relatório de atividades de 2021 com incremento na produção extrativista

Em 2021, a Amazônia esteve constantemente ameaçada pelo fogo, pelo desmatamento, pela manobra de projetos políticos que atendem a interesses de um seleto grupo econômico e tantas outras atividades que colocam em risco a manutenção de áreas protegidas, a biodiversidade, a qualidade de vida da população e a valorização de comunidades tradicionais e povos indígenas.

Em contrapartida, a SOS Amazônia buscou respostas e alternativas para contribuir no enfrentamento dessas ameaças. De janeiro a dezembro, manteve seu propósito de proteger as florestas e pensar alternativas sustentáveis, mesmo quando o cenário era adverso e as circunstâncias desfavoráveis. Os resultados dessa atuação estão disponíveis no Relatório de Atividades 2021, que evidencia avanços na estruturação de cadeias produtivas sustentáveis, no incremento da produção extrativista e na recuperação de áreas degradadas.

No decorrer de 2021, a SOS Amazônia realizou iniciativas que beneficiaram diretamente 803 famílias (cerca de 2.382 pessoas), em nove Unidades de Conservação: Reservas Extrativistas Chico Mendes, Cazumbá-Iracema, Alto Juruá, Alto Tarauacá e Riozinho da Liberdade, Florestas Nacionais do Macauã e São Francisco, Parque Estadual de Guajará-Mirim e Parque Nacional da Serra do Divisor. Foram realizadas mais de 1.238 visitas de assistência técnica e extensão rural e florestal, que possibilitaram a capacitação de 220 extrativistas em boas práticas de produção.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que, de janeiro a dezembro de 2021, o Acre perdeu 889 km² de floresta, o que equivale a 90 mil campos de futebol, um aumento de 28% se comparado com 2020. Se os índices de desmatamento só crescem, a SOS Amazônia promoveu a recuperação de 61 hectares de áreas degradadas com o plantio de 105 mil árvores no modelo de Sistemas Agroflorestais (SAFs), isto é, o plantio consorciado de espécies florestais, frutíferas e de palmeiras, que depois se integram à paisagem original.

Entre os benefícios econômicos e ambientais, os SAFs possibilitam a estruturação de cadeias de valor de produtos da sociobiodiversidade, como açaí, cacau silvestre e borracha, e garantem um retorno financeiro às famílias com a comercialização do excedente produzido no local. Como resultado, o incremento da produção extrativista gerou cerca de 1,5 milhão de reais. Somente no âmbito da cadeia de valor da borracha, com a reabertura de 128 antigas estradas de seringa, foram produzidas 70 toneladas de borracha Cernambi Virgem Prensado.

Para mitigar os impactos ambientais causados por incêndios e queimadas, a SOS Amazônia capacitou 15 brigadistas para atuação direta no combate ao fogo. E em parceria com o WWF Brasil, elaborou o protocolo “Cuidados e procedimentos de resgate fauna afetada pela atividade de fogo”, que apresenta roteiro metodológico e orientações técnicas para o resgate de animais silvestres afetados por incêndios e queimadas. A formatação do conteúdo teórico e as ilustrações de Igor Strochit configuram um trabalho minucioso e pioneiro, visto que se trata do primeiro roteiro de resgate de fauna com profundidade de conteúdo e ilustrações realistas com detalhes anatômicos dos animais.

Quando a alagação dos rios desabrigou famílias em dez municípios do Acre, promovemos com nossos parceiros e com a ajuda de centenas de pessoas, campanha para arrecadação de alimentos e produtos de higiene, que foram distribuídos para 158 famílias residentes em comunidades tradicionais e extrativistas.

Para cada ameaça, uma resposta. Para cada desafio, uma alternativa. Nada seria possível sem o apoio que recebemos, no decorrer do ano, de associados, conselheiros, parceiros corporativos e institucionais, voluntários, colaboradores, doadores e seguidores que acompanham nosso trabalho e fazem nossa mensagem ecoar mais longe. Da Amazônia para o mundo, nosso agradecimento.

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