Nos últimos quatro anos, regredimos muito no campo do diálogo, dos direitos civis, dos serviços públicos e de outras conquistas asseguradas pela Constituição de 1988, que prevê em seu Art. 255 um “meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
No primeiro turno, foi eleito um Congresso predominantemente representado pela “velha política”, em que prevalece o machismo, o patriarcado, a heteronormatividade, a desigualdade racial e pouco apresenta em termos de criatividade ou reinvenção social. Uma grande parte é composta por parlamentares que atuam para a manutenção das velhas estruturas e que atendem a interesses restritos de fortes grupos econômicos e, muitas vezes, particulares.
No caso da Amazônia, especificamente, predomina o pensamento de dominação, que enxerga a floresta como um reservatório de riquezas materiais a ser explorado. Como consequência dessa “velha política”, presenciamos o aumento do desmatamento: ele apresentou queda entre os anos de 2004 e 2012 e voltou a subir vertiginosamente a partir de 2018, período que coincide com a gestão do atual presidente. Mas, na esfera política, nada é coincidência. Existe um plano de governo em ação e, dentro dele, quem pensa diferente é tratado como inimigo.
Não bastasse a perda da biodiversidade, vimos aumentar a intolerância com povos indígenas, a invasão de áreas protegidas e a legitimação de práticas ilegais. Registramos cortes nas áreas da saúde e educação, que deveriam ser prioridades para qualquer governo comprometido com o bem-estar da população. A cultura foi relegada à condição de passatempo, sem dar ao fazer cultural o devido valor que ele tem para o bem-viver.
Este é um momento de consciência profunda, de revisitar valores, de exercitar a empatia, de defender direitos civis, de respeitar as diferenças e de conviver harmoniosamente com elas. É o momento de lutar pela conservação da natureza, das populações tradicionais e dos povos originários. Diante de um cenário tão grave e fragilizado, apenas o seu voto pode fazer a diferença para o futuro. O Brasil é um país gigante pela própria natureza e merece um voto a favor da reconstrução e da manutenção da vida!
Vote consciente. Vote pela Amazônia.
SOS Amazônia