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Pela vida dos povos indígenas do mundo: carta aberta ao Diretório Geral da OMS

A SOS Amazônia em defesa dos direitos dos povos indígenas, junto a parlamentares, representantes de organizações da sociedade civil e personalidades, assinam uma carta que reforçar a demanda apresentada pela Alianza de Parlamentarias Indígenas de América Latina de que a Organização Mundial da Saúde recomende aos países da região a priorização de medidas específicas para garantir a proteção da vida dos povos indígenas diante da grave pandemia global.

As parlamentares, integrantes da Alianza de Parlamentarias Indígenas de América Latina, lembram que nesta região do mundo, os povos indígenas estão entre os grupos mais vulneráveis ao contágio pelo novo coronavírus (Covid-19), tendo em vista que:

• As especificidades de seu modo de vida, incluindo coabitação e compartilhamento de mantimentos e espaços, podem acelerar a transmissão da doença e dificultar a implementação das medidas preventivas;

• As preexistentes desigualdades em saúde, com as elevadas prevalências de doenças e agravos, os tornam mais suscetíveis a complicações;

• E, por residirem em locais remotos ou próximos a municípios pequenos, encontram sérias dificuldades no acesso aos serviços de saúde e a políticas sociais.

A pandemia da Covid-19 coloca em evidência mais uma vez as desigualdades estruturais da sociedade em seus mais variados aspectos: distribuição de renda; acesso a serviços, incluídos os serviços de saúde e assistência social; segurança e proteção contra a violência; e a defesa do território, cultura e valores comunitários dos povos indígenas. Essas desigualdades estruturais têm impactado de maneira significativa o gozo de direitos fundamentais pelos povos indígenas em todo o mundo, impondo um enorme desafio para suas lideranças e representações, e demandando respostas urgentes dos Estados.

Ao mesmo tempo, a pandemia oferece uma oportunidade histórica de abordar essas persistentes desigualdades e preocupações de direitos humanos, por meio de um olhar mais empático às necessidades dos mais vulneráveis e da adoção de medidas para minimizar o seu impacto tão negativo Enfatizamos especialmente a necessidade de que reforce as seguintes orientações para os governos de todo o mundo:

• que considerem os povos indígenas como população de maior risco e vulnerabilidade ao Covid-19 e que, portanto, devem ser incluídos no planejamento e na implementação das ações dos órgãos responsáveis para que possam receber atendimento prioritário no enfrentamento da pandemia, como na distribuição de insumos necessários para a higienização pessoal e de ambientes; nos fluxos e na disponibilização de testagem diagnóstica; no fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); e nos fluxos e regulação de leitos hospitalares com respiradores artificiais;

• Que garantam aos povos indígenas as condições necessárias e dignas para a manutenção do isolamento social em suas comunidades, com a proteção dos territórios, a garantia da segurança alimentar e do acesso ao saneamento básico e aos serviços de saúde, bem como dos demais direitos sociais e previdenciários durante o período de pandemia;

• Que assegurem o envolvimento e a participação das organizações indígenas e de seus representantes no planejamento e implementação das ações de vigilância e enfrentamento da Covid-19.

No Acre, a Funai suspendeu todas as visitas de turistas as aldeias para evitar o contagio do Covid_19 nas 14 etnias do Juruá.

Leitura completa da nota:

NOTA-PÚBLICA-ALIANÇA-DOS-POVOS-DA-FLORESTA-PELA-VIDA
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