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Projeto Valores da Amazônia faz mapeamento de produtos florestais não madeireiros no Baixo e Alto Juruá

A floresta sempre se apresenta como um potencial gigante de produtos não madeireiros. Conhecer essa riqueza significa ter argumentos fortes para manter a floresta em pé. E o conhecimento sobre a dimensão dessas grandezas florestais é um dos serviços que o projeto Valores da Amazônia realiza por meio de inventários, que são o mapeamento das áreas e elaboração dos Planos de Manejo Simplificados para esses produtos.


Iniciados em maio de 2016 com os planejamentos participativos, nas regiões do Baixo Juruá (Guajará e Ipixuna, no Amazonas) e Alto Juruá (Cruzeiro do Sul, Porto Walter e Rodrigues Alves, no Acre), esses estudos têm por objetivos embasar as ações dos empreendimentos apoiados pelo Valores da Amazônia e auxiliar no processo de certificação dessas áreas. Até o momento, foram realizados levantamentos para direcionar as atividades de extração de produtos florestais pelas Cooperativas Coopercintra, Pushuã e Coapex.


“O estudo de viabilidade das potencialidades que a equipe da SOS Amazônia está realizando junto as comunidades do Baixo e Alto Juruá, visitando famílias que nunca tinham sido contempladas com alguma política pública, faz com que o nosso trabalho seja, cada vez mais, gratificante juntos as famílias coletoras, sócias e não sócios”, disse o tesoureiro da Coopercintra, José Lima.


Tanto no Baixo quanto no Alto Juruá, os estudos apontam grande potencial para o murmuru (Astrocaryum murumuru). Em seguida, jaci (Attalea butyracea), açaí (Euterpe spp), cocão (Attalea Tessmannii) e cacau (Theobroma cacao).


Até outubro serão feitos mais quatro levantamentos: nos municípios de Feijó e Tarauacá para mensuração de dados sobre a borracha (Hevea brasiliensis), atendendo os empreendimentos amazônicos Caet e Cooperafe; em Mâncio Lima (buriti Mauritia flexuosa - Coopfrutos); e em Porto Walter (cacau, oleaginosas - Pushuã).


Álisson Maranho, coordenador geral do Valores da Amazônia, explica que essa iniciativa é um dos critérios para a certificação orgânica, mercado justo e extrativismo dos produtos e empreendimentos. "Além de termos informações mais confiáveis e concretas das ocorrências das espécies florestais com potencial de uso extrativista, essa atividade também é um passo importante para que possamos trabalhar futuramente a certificação das áreas de coleta e da extração dos produtos pelos empreendimentos", explica Álisson.


O coordenador de campo, Aécio dos Santos, ressalta a transformação que esse projeto pode gerar nas comunidades. "Com o Valores da Amazônia percebo que as comunidades começam a observar a floresta de outra forma, ou seja, surge a visão de conservação da natureza, que eles podem ter trabalho e renda mantendo a floresta em pé”, destaca.


O projeto Valores da Amazônia é uma iniciativa da SOS Amazônia, com apoio financeiro do Fundo Amazônia/BNDES. Tem por objetivo disseminar e apoiar iniciativas empreendedoras em nove instituições aglutinadas, com foco na geração de trabalho e renda, e no desenvolvimento sustentável da região.


Empreendimentos apoiados: Coopfrutos, Cooperafe, Caet, Shawãdawa Pushuã, Coapex, Cooperar, Amuralha, Coopercintra e Copronat. Saiba mais aqui.

 

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