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A biodiversidade é a grande variedade de vida na Terra. E em cada região do nosso planeta ela existe em formas múltiplas e extraordinárias. Dentre os benefícios, a biodiversidade é responsável por garantir o equilíbrio ambiental dos ecossistemas, o que conduz e reitera a nossa responsabilidade na tomada de medidas de preservação e conservação de espécies raras e ameaçadas de extinção.

Estimativas recentes mostram que temos cerca de 8.7 milhões de espécies eucarióticas* na Terra e 2.2 milhões no Oceano. No entanto, deste total temos descrito apenas 14% destas espécies terrestres e 9% das espécies do Oceano desde a criação do Sistema de Nomenclatura Binomial de Carolus Linnaeus em 1758, no qual o nome científico de uma espécie é formada pela combinação de dois termos, sendo um gênero e um descritor específico – por exemplo, o Homo sapiens Linnaeus 1758.

O avanço do desmatamento da Floresta Amazônica

No Brasil, ultimamente, a Floresta Amazônica, ecossistema que abriga a maior diversidade biológica do mundo, vem sofrendo sérias intervenções humanas, sobretudo para a ocupação da pecuária extensiva. Estudos sobre a modelagem da conservação da biodiversidade na Amazônia, mostram que se persistirem as atuais práticas como o aumento do desmatamento, a não criação de áreas protegidas, o não cumprimento de legislação exigindo reservas em áreas privadas e entre outras ações danosas ao meio ambiente que são típicas de cenários "business-as-usual" (BAU cenário), os resultados são catastróficos.
O Brasil vem assistindo uma série de intenções a uma política de desenvolvimento econômico com grandes prejuízos ambientais. Um exemplo é a falta de interesse do governo pela continuidade do principal instrumento nacional para ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento. Os resultados de 10 anos de existência do Fundo Amazônia deixam claro, esse apoio fundamental para promover o desenvolvimento sustentável da região amazônica. Dos recursos do Fundo, 60% é para a União, Estados e Municípios. E 38% para o Terceiro Setor, incluindo ONGs e Cooperativas. Os relatórios de transparência estão disponíveis para qualquer cidadão acessar, os recursos são executados com extremo zelo e responsabilidade. Então, por que não querem investir na Amazônia?
Álisson Maranho, diretor técnico da SOS Amazônia.

Referências

[1] Isbell, F. (2010) Causes and Consequences of Biodiversity Declines. Nature Education Knowledge 3(10):54. Disponível em: https://www.nature.com/scitable/knowledge/library/causes-and-consequences-of-biodiversity-declines-16132475/.

[2] Mora C. et alli (2011) How Many Species Are There on Earth and in the Ocean? PLoS Biol 9(8): e1001127. https://doi.org/10.1371/journal.pbio.1001127.

[3] May R. M. (2011) Why Worry about How Many Species and Their Loss? PLoS Biol 9(8): e1001130. https://doi.org/10.1371/journal.pbio.1001130

[4] Forzza, R. C. et alli (2012) New Brazilian Floristic List Highlights Conservation Challenges. BioScience 62(1): 39–45, January 2012.https://doi.org/10.1525/bio.2012.62.1.8

[5] Sobral M. & Stehmann J. R. (2009) An analysis of new angiosperm species discoveries in Brazil (1990–2006). Taxon 58(1): 227–232, February 2009.

[6] Medeiros, H. et alli (2014) Botanical advances in Southwestern Amazonia: The flora of Acre (Brazil) five years after the first Catalogue. Phytotaxa 177(2):101-117, August 2014. DOI: 10.11646/phytotaxa.177.2.2

[7] Psiguria in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB17100>. Acesso em: 11 Set. 2019

[8] República Federativa do Brasil (2019). Lei Nº 13.123, de 20 de Maio de 2015 – Dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade. Disponível em:www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13123.htm. Acesso em 11 de Setembro de 2019.

[9] Soares-Filho, B. S. et alli (2006). Modelling conservation in the Amazon basin. Nature, 440(7083), 520–523. doi:10.1038/nature04389

[10] ter Steege, H. et alli (2015). Estimating the global conservation status of more than 15,000 Amazonian tree species. Science Advances 1(10): e1500936. DOI: 10.1126/sciadv.1500936.

[11] Kenneth J. F. (2016) Commentary: Estimating the global conservation status of more than 15,000 Amazonian tree species. Frontiers in Ecology and Evolution, 4:59. URL=https://www.frontiersin.org/article/10.3389/fevo.2016.00059. DOI=10.3389/fevo.2016.00059

[12] Mota, C. V. – BBC-Brasil. (2019). Desmonte sob Bolsonaro pode levar desmatamento da Amazônia a ponto irreversível, diz físico que estuda floresta há 35 anos. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil48805675fbclid=IwAR1qSpGFMHgKPCj36J01dnqwe7VSLGGj5P0mh97PPvYGZKPjeBdR8CaAmEQ. Acessado em: 04 de Setembro de 2019.

[13] Moreno, A. C. – G1-Globo. Em carta aberta, servidores do Ibama listam medidas para impedir 'colapso da gestão ambiental federal'. Disponível em:https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/26/em-carta-aberta-servidores-do-ibama-listam-medidas-para-impedir-colapso-da-gestao-ambiental-federal.ghtml. Acessado em: 04 de Setembro de 2019.

[14] Nature – Editorial (2019). Take action to stop the Amazon burning, Nature 573, 163 (2019). doi: 10.1038/d41586-019-02615-3.

Por Eliz Tessinari e Wendeson Castro

Publicado em 12/09/2019