Oficina compartilha experiências de monitoramento territorial
Aplicativos gratuitos e de uso comum no dia a dia podem se tornar uma ferramenta importante para o monitoramento e gestão dos territórios. Com o objetivo de compartilhar experiências com o uso dessas ferramentas, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), em parceria com a Comissão Pró-índio do Acre (CPI), reuniu representantes de organizações que atuam no monitoramento de territórios, como a Semapi, a SOS Amazônia e o ICMBIO, além de monitores de proteção e vigilância das terras indígenas Nawa, Alto Rio Purus, Katukina Kaxinawa e Mamoadate.
A Oficina sobre Ferramentas Tecnológicas e Plataformas de Monitoramento Ligadas à Governança Territorial foi realizada nos dias 19 e 20 de outubro, no centro de convenções da Universidade Federal do Acre. O biólogo Luiz Borges, doutor em Ecologia, esteve no encontro para compartilhar as ações de monitoramento realizadas por técnicos da SOS Amazônia, no âmbito do projeto Aliança entre Povos Indígenas e Extrativistas pelas Florestas do Acre.
“O monitoramento feito com ferramentas digitais ajuda a identificar e compreender as principais ameaças ao território, como caça, fogo, desmatamento e invasão. Também auxilia a comunidade no processo de tomada de decisão para governança e planejamento participativo, e ainda fortalece o sentimento de pertencimento dos comunitários sobre os próprios territórios”, explica Luiz Borges.
Em campo, técnicos da SOS Amazônia e moradores de Unidades de Conservação, vinculados ao Projeto Aliança, utilizam o aplicativo ODK para monitoramento de pressão e ameaças, e para facilitar a gestão territorial e ambiental nas três Reservas Extrativistas de atuação do projeto: Resex Alto Juruá, Resex Alto Tarauacá e Resex Riozinho da Liberdade.
O ODK é uma plataforma de coleta de dados que possibilita criar formulários com informações, fotos e localizações de GPS. “Com esse aplicativo, o morador da Resex consegue registrar dados de maneira segura e offline e, depois, quando tiver acesso à internet, ele envia os dados diretamente para o servidor da SOS Amazônia para que possamos analisar, sistematizar e elaborar relatórios”, conta Artur Duarte, especialista em geoprocessamento.
Aliança O Projeto Aliança é fruto de consórcio entre a Comissão Pró-índio do Acre, Instituto Catitu e SOS Amazônia, e visa implementar a gestão territorial integrada das Terras Indígenas e Unidades de Conservação do Acre. Realiza ações de proteção e monitoramento territorial, fortalecendo alianças entre povos indígenas e populações tradicionais, com foco na segurança alimentar sustentável e no empoderamento de jovens e mulheres.