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Primatas são encontrados com sintomas de fraqueza e falta de ar

Imagem: Ruan Vitor

O produtor rural Ruan Vitor encontrou macacos da espécie popularmente conhecida como capelão em debilitado estado de saúde, manifestando sintomas de fraqueza e falta de ar. Os animais caíram das árvores por onde passava o bando, em uma região de floresta no município de Plácido de Castro, no Acre. As imagens capturadas pelo produtor circularam na internet e chegaram até o Núcleo de Zoonoses da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), que enviou uma equipe de veterinários para o local, a fim de fazer a coleta dos indivíduos para necropsia.

A Ufac, a Sociedade Brasileira de Mastozoologia (SBMZ), a Sociedade Brasileira de Primatologia, o Fórum das Sociedades da Área Zoologia e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicaram na segunda-feira, 15, nota técnica após a repercussão de reportagens.

Na nota, as instituições afirmam que a suspeita inicial para a causa da doença é a febre amarela, por ser endêmica na região e por ser o período de maior circulação do vírus transmitido por mosquitos vetores.

Ressalta que os primatas também são vítimas de doenças e que eles são sentinelas para a saúde humana. “Por isso, não devem ser afugentados, agredidos ou mortos. Por outro lado, recomenda-se que a população não entre em contato nem alimente os animais, para a proteção deles e a nossa”, diz a nota.

IMAGENS FORTES! =/


Leia a nota na íntegra:

Morte de primatas no Acre

Está causando grande preocupação uma matéria acompanhada de vídeo reportando a morte de primatas (guaribas, gênero Alouatta) no Acre, especulando potencial relação com a covid-19. Informamos que as autoridades competentes — inclusive a Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde (CGARB/SVS/MS) e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/CPB) — já estão cientes e investigando o caso, conforme procedimentos técnicos e legais estabelecidos.

Isto inclui a verificação do histórico, coleta dos materiais biológicos necessários e sua destinação à Rede de Laboratórios de Referência do Ministério da Saúde. Cabe ressaltar que não há evidências de que se trate de um caso relacionado à covid-19. Além disso, a febre amarela é endêmica da região e o vírus causador dessa doença está em período de maior circulação, portanto essa é a suspeita inicial.

Vale lembrar que os primatas também são vítimas de doenças e que são nossos maiores sentinelas para a saúde humana. Por isso, não devem ser afugentados, agredidos ou mortos. Por outro lado, recomenda-se que a população não entre em contato nem alimente os animais, para proteção deles e nossa.

É fundamental que os serviços de saúde sejam informados sobre a morte de macacos ou animais doentes, incluindo o local. Assim que a investigação do caso avançar, as informações obtidas e conclusivas serão divulgadas.
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