Ao longo de mais de três décadas de atuação, a SOS Amazônia obteve alguns reconhecimentos, entre eles algumas menções na lista das 100 e o destaque como Melhor ONG do Acre em 2021. Nosso entrevistado hoje é o Álisson Maranho, seu secretário técnico. Ele falou sobre o trabalho e os desafios da organização. Boa leitura!
O que vocês acreditam que foi fundamental para que a sua ONG fosse destaque no estado?
A SOS Amazônia tem uma longa trajetória, de 33 anos, reconhecida pela responsabilidade fiscal e financeira, transparência nas suas ações, bem como políticas internas e de compliance. Tem grande compromisso na elaboração e condução dos projetos, que abarcam uma diversidade de ações voltadas à conservação ambiental e apoio a comunidades tradicionais, desde o engajamento político até o contato com extrativistas e ribeirinhos residentes em Unidades de Conservação. Apoiamos os produtos da sociobiodiversidade, como borracha nativa, cacau silvestre e óleos vegetais, fazemos recomposição de áreas degradadas e promovemos a consciência ambiental na sociedade.
Quais são os principais desafios locais e como vocês acham que a sua organização contribui para minimizá-los?
O desafio da atualidade é reduzir os impactos das mudanças climáticas e enfrentar o retrocesso da legislação ambiental que vem acontecendo no Brasil. Os dados relacionados ao desmatamento são alarmantes e crescem a cada ano. Mais de 1000 projetos de lei tramitam no Congresso Nacional para alterar ou extinguir Unidades de Conservação no Brasil.
Para ajudar a diminuir esses impactos negativos, a SOS Amazônia contribui com atividades de advocacy e promoção da consciência ambiental, desenvolvimentos de projetos focados nas cadeias produtivas sustentáveis e restauração florestal. Um dos nossos esforços contínuos tem sido buscar alternativas sustentáveis de produção, envolvendo os produtos da sociobiodiversidade (borracha nativa, cacau silvestre e óleos vegetais), ações que geram renda nas comunidades e ao mesmo tempo ajudam a reduzir a pressão sobre a floresta e sua biodiversidade.
Como o Prêmio foi recebido aí e como ele tem feito diferença no trabalho?
O Prêmio foi recebido com muita alegria e humildade. Chegou até nós como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido e como estímulo para seguir nossa missão. Reforça em nós o pensamento de que estamos no caminho certo e o compromisso com a causa ambiental.
Qual é o maior sonho de vocês para 2022? O que já está sendo feito para conquistá-lo?
Barrar o projeto de lei 6.024/2019, que pretende extinguir o Parque Nacional da Serra do Divisor e reduzir os limites da Reserva Extrativista Chico Mendes. Pretendemos ampliar a captação de recursos para o projeto Faça Florescer Floresta, destinado à restauração florestal de áreas degradadas.
O que os motiva a continuar o trabalho?
O que nos motiva é o ideal de proteger a vida, nas suas diversas formas. Foi com esse propósito que a ONG surgiu, há 33 anos, e ele nos acompanha diariamente.
Entrevista concedido ao site Melhores ONGs