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SOS Amazônia presente no VIII Congresso de Unidades de Conservação

CBUC 2015

A SOS Amazônia participa entre os dias 21 a 25 de setembro, na cidade de Curitiba, do VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC 2015), promovido pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.


O evento selecionou 167 trabalhos técnicos para apresentação, divididos em cinco eixos temáticos: Biologia da Conservação; Estratégias de Mobilização da Sociedade; Planejamento, Gestão e Manejo; Políticas Públicas e Marco Legal; e Serviços Ambientais.

Artigo da SOS Amazônia, escrito pelo engenheiro florestal, MSc. Álisson Maranho, foi selecionado no eixo temático Planejamento, Gestão e Manejo.

Com o título “Paradigmas e Modo de Vida nas Reservas Extrativistas: Estudo de Caso da Resex Alto Juruá do Estado do Acre”, o artigo analisa o modo de vida na Resex Alto Jurá, no município de Marechal Thaumaturgo, Acre.


Confira o resumo:

As Reservas Extrativistas foram criadas no Brasil para que fossem um modelo de desenvolvimento sustentável, aliando a presença humana com a conservação da natureza, tendo na própria natureza a fonte de geração de renda e manutenção das populações tradicionais que nela vivem. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi realizar uma análise do modo de vida (perfil extrativista) dos moradores da primeira Reserva Extrativista criada, a Alto Juruá, localizada no município de Marechal Thaumaturgo, no estado do Acre. Para isso, foram realizadas entrevistas com 681 famílias que moram na unidade de conservação, utilizando-se de questionários estruturados. Os entrevistados foram conduzidos a informar: os produtos de origem extrativistas que coletam, bem como o seu destino (consumo próprio ou comercialização); como se autodenominam, no que se refere a viver dentro da reserva; e quais são os principais itens do cultivo agrícola e da criação animal que fazem parte do seu cotidiano, assim como o seu destino (consumo próprio ou comercialização). A partir dessas informações sistematizadas foi possível traçar o perfil atual dos moradores da Reserva Extrativista Alto Juruá. A lista de produtos extrativistas gerada foi extensa, porém, a maioria das famílias concentra as coletas em uma pequena quantidade de espécies. Quanto à agricultura, a farinha de mandioca, o milho, o arroz e o feijão são os principais produtos que são cultivados para alimentação, mas que são umas das principais fontes de renda das famílias. A criação de gado tem aumentado, e mais de 50% das famílias estão envolvidas nessa prática. A borracha, motivo dos movimentos dos seringueiros que levou à criação da unidade, não faz parte do cotidiano atual das famílias. As famílias que moram na Reserva Extrativista Alto Juruá substituíram seu modo de vida inicial extrativista pela agricultura familiar e a criação de animais. É necessário o apoio às famílias na busca pelo resgate da prática extrativista, respeitando os princípios da sustentabilidade ambiental, mas principalmente econômica, para que possam viver de forma digna e em sinergia com os objetivos com que foi criada a Reserva Extrativista.


O artigo foi feito por meio do projeto de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES Resex Alto Juruá), realizado pela SOS Amazônia, com apoio financeiro do Incra.

Leia o artigo na íntegra.

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