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Mudanças climáticas e programas de redução do desmatamento são temas de seminário na capital

Finaliza nesta terça-fera, 13, no Best Western Plus - Gran Lumni Hotel, em Rio Branco, o Seminário de Avaliação do Programa ISA Carbono do Sisa, promovido pelo governo do Estado do Acre, por meio do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais - IMC, em parceria com a SOS Amazônia e apoio financeiro do banco alemão KFW.


O objetivo do evento é avaliar os impactos e resultados obtidos na implementação do Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais – SISA, mecanismo financeiro de pagamento por resultado dos esforços de redução do desmatamento do Programa REDD Early Movers – REM, assim como, os avanços na redução dos efeitos da mudança do clima nos últimos quatro anos de implantação do programa.


Magaly Medeiros, diretora presidente do IMC, falou da importância dos programas para o avanço das políticas públicas ambientais no Acre. "Nestes dois dias, tivemos a oportunidade de avaliar os impactos, bem como, os avanços dos programas Isa Carbono, REDD e REM na ponta, ou seja, o que foi feito para melhorar o ambiente e a qualidade de vida das comunidades tradicionais do nosso Estado, como por exemplo, os ribeirinhos, indígenas e produtores rurais, sempre com o foco na manutenção da floresta", diz.


Segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente - Sema, o Acre conseguiu, nos últimos 10 anos, diminuir o desmatamento em 62%, o que levou o Estado a ser pioneiro no desenvolvimento de políticas de REDD no mundo.


Tais avanços, foram ressaltados pela gerente de projeto do Programa de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente - MMA, Monique Sacardo. "As políticas de REDD no Acre servem de lição e aprendizado, inclusive, sendo base para o desenvolvimento das estratégias do Governo Federal para o meio ambiente, iniciado no ano passado. Isso prova que o Estado está no caminho certo para o desenvolvimento sustentável", destaca.


Cida Lopes, secretária técnica da SOS Amazônia, explica que essa ação encerra um ciclo de atividades desenvolvidas com os beneficiários nas cinco regionais do estado. "Esse seminário mostra que há grandes passos a serem dados na implementação do SISA, e principalmente no empoderamento dos extrativistas, indígenas e agricultores", avalia.


O que pensam os beneficiários

A linha tênue entre desenvolvimento e manutenção da floresta deve ser constantemente controlada e monitorada, para que não haja a quebra nos avanços sustentáveis implementados até aqui.


"Esses programas trazem para os nossos associados certa consciência ambiental, pois eles passam a entender que não precisam desmatar e queimar para se ter uma renda melhor. Pelo contrário, devemos manter a floresta em pé, ela que nos dá os recursos e, consequentemente, é responsável pelo nosso sustento", ressalta De Araújo, presidente da Associação dos Moradores e Produtores da Resex Chico Mendes - Amopreab.


Para Erismar Souza, representante da Cooperativa Agroextrativista de Tarauacá - Caet, o seminário possibilita identificar o que está dando certo e o que precisa ser aprimorado em sua cooperativa, além disso, "ajuda a promover a troca de experiência entre os diversos produtores, especialistas e financiadores presentes".


Por Márcio Souza | Edição: Eliz Tessinari