Pensando no fortalecimento da cadeia produtiva de produtos florestais não madeireiros, a SOS Amazônia, por meio do projeto Valores da Amazônia, que tem apoio financeiro do banco BNDES, realizou duas oficinas de capacitação na região do Vale do Juruá.
Nos dias 18 e 19 de novembro, 17 moradores da comunidade PAF Havaí e Bacuri, em Rodrigues Alves, receberam técnicos da instituição para participar de boas práticas na coleta e extração do óleo da palmeira (Patauá Oenocarpus bataua ou Jessenia bataua), árvore bastante conhecida na região.
Essa ação teve o objetivo de capacitar e apresentar aos comunitários, os benefícios da utilização dessa gordura extraída das sementes dessa planta, além de atividades teóricas sobre os cuidados na coleta, manuseio, lavagem, manejo sustentável dos frutos e utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Os participantes também foram instruídos a qual porcentagem deve ser deixada no local para a alimentação dos animais e prospecção de sementes para crescimento de novas espécies.
Segundo a técnica em Agroecologia, Francisca Lima, a execução desses trabalhos contribui para a conservação da biodiversidade e traz melhorias na produção do estado.
“Essa iniciativa tem colaborado muito com o desenvolvimento e crescimento da cooperativa, além de propiciar renda familiar e contribuir para a preservação da floresta e cuidados com os animais, ” declarou a técnica.
Após o término da oficina, foi adquirido o total de 30 Kg do Patuá branco in natura, aproximadamente 600ml de óleo vegetal, que foram divididos entre os participantes.
A segunda oficina, que falou sobre os procedimentos na produção da borracha FDL (Folha de Defumação Líquida), aconteceu nos dias 17 a 19 de novembro, no seringal Curralinho, município de Feijó, e contou com a presença de 24 seringueiros e quatro consultores.
Buscando melhorar a qualidade da borracha FDL na região, vários assuntos foram abordados, entre eles a forma correta do uso dos equipamentos de segurança, e a utilização dos fungicida no preparo do produto.
O especialista químico de Universidade de Brasília (UNB), João Bosco, junto aos seus auxiliares puderam observar a forma como acontece a confecção do látex pelos produtores, e logo após, deram uma gama de informações e dicas que irão aperfeiçoar os trabalhos na produção.
“As famílias enxergam o projeto como uma oportunidade que elas nunca tiveram, além disso, a borracha está unindo seringueiros de várias outras localidades”, afirma Wenderson Silva, técnico em agroecologia da SOS Amazônia.