Moradores da Comunidade Novo Horizonte, localizada no município de Guajará (AM), tiveram prejuízo na produção de cacau silvestre por causa das enchentes. O extrativista Osmir Andriola conta que sua comunidade está em etapa inicial de desenvolvimento dessa cadeia de valor e, por isso, a cheia dos rios provocou tanto impacto.
“A gente mora na área de várzea e o cacau é de várzea. Então aqueles frutos que ficam na parte de baixo do tronco e são atingidos pela água acabam apodrecendo. Nossa produção, que já é pequena, ficou ainda menor”, lamenta o extrativista. Além do cacau, a produção de banana também foi prejudicada.
Como a alagação perdura por muito tempo, algumas áreas de barranco cederam, levando consigo muitos pés de cacau. Para contornar qualquer impacto na produção do fruto, a comunidade intensificou o plantio de novas mudas, que também foi afetado pela cheia. “Como as mudas são novas e muito frágeis, acabaram morrendo”, explica Osmir.
Mesmo diante da dificuldade, os extrativistas seguem de canoa pelo igapó até os pés de cacau silvestre, na tentativa de coletar o máximo possível. “A gente não desiste. Tivemos acompanhamento e incentivo da SOS Amazônia, com o Projeto Valores da Amazônia, e vamos continuar e fortalecer essa atividade na nossa comunidade”, afirma o extrativista.
Enfrentamento à Covid-19
Para mitigar os efeitos da pandemia sobre a população em condição de vulnerabilidade social, a SOS Amazônia, com o apoio da Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé), realizou a entrega de 60 cestas básicas na comunidade Novo Horizonte.
“Com um cenário tão complexo, é muito importante apoiar as comunidades tradicionais, seja na produção florestal, ou com o envio de cestas básicas para as famílias necessitadas, de maneira que evitassem o deslocamento para as cidades. Fica o nosso agradecimento à Kanindê por somar forças com a gente”, disse Miguel Scarcello, secretário geral da SOS Amazônia.