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Abaixo-assinado reivindica ambientalista na presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados é essencial para a tramitação de leis relacionadas à pauta socioambiental. Nos últimos anos, esse colegiado foi presidido por parlamentares da base do governo Bolsonaro, o que afetou consideravelmente a qualidade e o funcionamento da comissão, levando à aprovação de graves retrocessos ambientais, o famoso ‘passar a boiada’. Agora, que mudamos de governo e avistamos uma perspectiva mais positiva para a pauta socioambiental, a CMADS corre o risco de continuar nas mãos de ruralistas e o cenário não poderia ser pior: partidos que têm as piores avaliações na agenda socioambiental podem assumir a presidência dessa comissão. A nossa pressão pode barrar esse retrocesso!

Foram quatro anos vivenciando o perigo de se colocar em espaços de poder pessoas que não têm qualquer escrúpulo no desmonte das garantias constitucionais à vida no nosso planeta e isso não pode se repetir! Nossa fauna e flora, nossa biodiversidade, nossas áreas protegidas, nossos recursos naturais, povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas e outros povos tradicionais estarão ameaçados caso a presidência caia na mão de quem vê o meio ambiente como obstáculo ao desenvolvimento e que, portanto, precisa ser destruído.

A biodiversidade, os povos indígenas e as comunidades tradicionais precisam de nossa mobilização! Os líderes de governo devem lembrar que a pauta ambiental não está em negociação e que não podemos ter um inimigo do meio ambiente liderando as decisões sobre o tema na Câmara dos Deputados.

Assine a petição e diga aos líderes dos partidos políticos da Câmara dos Deputados que a CMADS precisa ser presidida por uma pessoa ambientalista e não por um ecocida como Ricardo Salles.

Assinar petição
Ricardo Salles
Demitido do Ministério do Meio Ambiente em 2021 devido a um inquérito da Polícia Federal que o investigava por nove crimes, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) está para ganhar um presente de Arthur Lira (PP-AL): a presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara. É um desafio direto de Lira ao governo Lula, que tem na agenda ambiental uma de suas prioridades. A condução de um ecocida ao principal posto ambiental do Congresso mostra que o presidente da Câmara pretende dificultar a vida do Planalto nessa área – e ver o país literalmente pegar fogo.

A ficha corrida de Salles é assombrosa. Condenado em primeira instância por fraude ambiental em São Paulo dez dias antes de tomar posse no ministério, ele havia sido candidato a deputado federal com uma campanha que prometia balas de fuzil “contra a esquerda e o MST”. No ministério, ele liderou o desmonte da governança ambiental federal, perseguiu servidores do Ibama e do ICMBio, aparelhou o Conselho Nacional do Meio Ambiente, paralisou o Fundo Amazônia e levou o número de multas por desmatamento ao menor valor em duas décadas. O resultado foi que somente na Amazônia e no Cerrado o país perdeu 56 mil quilômetros quadrados durante seu mandato – quase duas Bélgicas. Essa gestão foi resumida pelo próprio Salles com sua famosa recomendação ao governo que aproveitasse a tragédia da Covid-19 para “ir passando a boiada” nas regras ambientais.

Eleito deputado federal, Ricardo Salles coloca-se como um representante puro-sangue do bolsonarismo, o movimento que destruiu as sedes dos Três Poderes e planejou atentados a bomba em Brasília. Arthur Lira, aparentemente, não vê problemas em nomeá-lo presidente da Comissão de Meio Ambiente para que ele possa seguir passando no Congresso as boiadas que a Polícia Federal não deixou que passasse no Executivo.

Com informações do Observatório do Clima
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