Foi nesse momento de conflitos por ocupação de terras que professores, estudantes universitários e representantes do movimento social, incluindo o ativista e seringueiro Chico Mendes, decidiram fundar a SOS Amazônia, com o objetivo defender a Floresta Amazônica e os povos que nela habitam. Inicialmente, a entidade dedicou-se a expor, em praça pública, dados e fotos sobre o desmatamento na região, a fazer denúncias das ameaças sofridas pelos seringueiros e a dialogar com as pessoas e instituições sobre o tema, visando mobilizar a sociedade e facilitar a compreensão sobre causas e consequências da destruição que estava acontecendo.
Com 31 anos de existência, a instituição atua no estado do Acre e Amazonas, além de áreas fronteiriças, com a participação de, aproximadamente, cinco mil famílias, por meio de projetos e campanhas. Essa área de atuação engloba, principalmente, Unidades de Conservação (UCs), a exemplo do Parque Nacional da Serra do Divisor e da Reserva Extrativista Alto Juruá, atribuindo à SOS Amazônia um extenso e importante histórico de iniciativas para manutenção das florestas e melhores condições de vida aos povos que nelas habitam.
Ganhou experiência e capacidade para planejamento e gestão de UCs, tem expertise na promoção de assistência técnica e extensão rural a comunidades tradicionais, sistemas produtivos sustentáveis da sociobiodiversidade, e também é referência no desenvolvimento da educação ambiental, no reaproveitamento de resíduos sólidos e na participação voluntária em conselhos e comitês para regulamentação de leis e gestão de programas públicos.
Pelo vínculo contínuo com UCs, promoção e apoio às políticas de incremento da bioeconomia florestal, mantendo a floresta em pé, a SOS Amazônia atraiu novos investimentos para a região e passou a fortalecer cadeias de negócios dos produtos da sociobiodiversidade, como a borracha nativa, cacau silvestre e óleos vegetais.
Além disso, sob a coordenação técnica da SOS Amazônia, desde 2003 famílias ribeirinhas monitoram, voluntariamente, praias de desovas de quelônios ao longo do rio Juruá. Os ninhos de tartarugas, tracajás e iaçás são protegidos em mais de 50 praias. No entanto, há uma enorme necessidade de ampliar consideravelmente esse número. A falta de apoio nesse sentido tem dificultado essas ações.
MOBILIZAÇÃO SOCIAL
A SOS Amazônia sempre prioriza o trabalho representativo, atuando em três campos: Conselhos; Comitê de Gestão e Acompanhamento de Projetos; e Coletivos de Mobilização Social, na defesa de causas ambientais de interesse público.
Atuou por quatro mandatos no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), como representante das instituições do terceiro setor na Região Norte, e atualmente, compõe os Conselhos estadual e municipal de meio ambiente do estado do Acre e do município de Rio Branco, respectivamente. Além de ser membro da Comissão da Produção Orgânica do Acre – CPOrg Acre, ocupando a coordenação da Comissão.
GESTÃO E TRANSPARÊNCIA | LINHAS ESTRATÉGICAS
A estrutura de gestão da Instituição conta com Conselhos Fiscal e Deliberativo atuantes. Desenvolve seus projetos seguindo um planejamento estratégico, tendo claro e atualizado sua missão e foco em três linhas estratégicas de atuação: Mitigação e adaptação às mudanças do clima; Proteção da biodiversidade; e Promoção e Fortalecimento de negócios sustentáveis na Amazônia.
Adotou desde 2003 um modelo de gestão contábil-financeiro, informatizado, com auditoria externa de suas contas, elaborou e segue seu Manual de Procedimentos para orientar e regulamentar procedimentos da rotina interna de gestão administrativa, contábil e financeira, como também tem seu Plano de Cargos e Salários e seu Código de Ética.
Tal conduta garantiu à SOS Amazônia o ‘Prêmio Bem Eficiente’ de gestão institucional, concedido pela Kanitz & Associados em 2004, às 50 entidades sem fins lucrativos que melhor administram seus recursos no país, com transparência e seriedade.
Prêmio Melhores Ongs do Brasil
E em 2017 foi reconhecida como uma das 100 ‘Melhores ONGs do Brasil’. Este prêmio é uma iniciativa do Instituto Doar, em parceria com a Revista Época, que busca reconhecer boas práticas de gestão e transparência no terceiro setor, além de incentivar a cultura de doação no Brasil.
JUNTE-SE A NÓS
Nossa luta é incansável. Apesar das conquistas na área ambiental ao longo dessas três décadas, nos deparamos agora com fatos muito semelhantes da época que aconteceram os Empates, quando apenas 3% da Amazônia era protegida. Os povos da floresta continuam sendo perseguidos e a Floresta Amazônica Brasileira, com 28,6% do seu território protegido, continua sofrendo várias intervenções humanas, sobretudo para a ocupação da pecuária extensiva, em nome de um desenvolvimento que não zela pelas questões ambientais.
Atualmente, o governo brasileiro adota um posicionamento alheio e prejudicial às políticas ambientais, colocando em risco todos avanços conquistados para a proteção do meio ambiente. Por isso o seu apoio é fundamental para a continuidade do nosso trabalho. São muitos os desafios para manter a floresta e seus povos preservados garantindo um futuro mais saudável a todos, mas juntos podemos fazer mais pela Floresta Amazônica, por seus povos tradicionais e culturas indígenas milenares coexistindo conosco agora.
Gratidão aos parceiros, colaboradores, voluntários e a todas as pessoas que se conectam com a causa ambiental.
A SOS Amazônia entende que promover iniciativas para a conservação e preservação da Amazônia é a melhor forma de valorizar o mundo. E você pode ajudar a proteger as vidas de nossas florestas de diversas formas.
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Referências
Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) do Ministério do Meio Ambiente – República Federativa do Brasil (2019). Painel Unidades de Conservação Brasileiras. Disponível em: https://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs // https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiMDNmZTA5Y2ItNmFkMy00Njk2LWI4YjYtZDJlNzFkOGM5NWQ4IiwidCI6IjJiMjY2ZmE5LTNmOTMtNGJiMS05ODMwLTYzNDY3NTJmMDNlNCIsImMiOjF9 Acesso em: 28 de Setembro de 2019.
LaMonica, Martin – The Convsersation (2019). More than 1,700 activists have been killed this century defending the environment. Disponível em: https://theconversation.com/more-than-1-700-activists-have-been-killed-this-century-defending-the-environment-120352 Acesso em: 12 de Agosto de 2019.
Moreno, A. C. – G1-Globo. Em carta aberta, servidores do Ibama listam medidas para impedir ‘colapso da gestão ambiental federal’. Disponível em: https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/26/em-carta-aberta-servidores-do-ibama-listam-medidas-para-impedir-colapso-da-gestao-ambiental-federal.ghtml. Acessado em: 04 de Setembro de 2019.