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Amazônia registra maior taxa de desmatamento em 15 anos

O desmatamento na Amazônia segue em ritmo alarmante. Somente nos primeiros cinco meses de 2022, a floresta perdeu o equivalente a 2 mil campos de futebol por dia e registra a maior taxa de devastação dos últimos 15 anos. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), com base no monitoramento realizado por imagens de satélite.

No total foram derrubados 3.360 km² de floresta entre os meses de janeiro e maio. Se comparado o mesmo período com anos anteriores, o impacto é crescente desde 2020, quando a Amazônia perdeu 1.740 km². Em 2021, a taxa de desmatamento saltou para 3.088 km² e, seguindo a esteira dos últimos anos, o risco é de que novos recordes sejam registrados nos próximos meses. Para agravar ainda o mais o cenário atual, 2022 é ano eleitoral, período em que ocorre um afrouxamento das fiscalizações ambientais.

Para Miguel Scarcello, secretário geral da SOS Amazônia, o cenário atual remete à década de 1970, conhecida como a década da destruição, marcada pelo desmatamento e pela anuência do poder público. “Estamos diante de um quadro de total descontrole e também de afrouxamento das ações ilegais. Sabemos que não há um mecanismo oficial e efetivo de controle das autorizações de desmatamento e não temos informação a respeito. Isso favorece e estimula a ocupação de florestas públicas e a prática do desmatamento sem autorização”, avalia Scarcello.
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