Para reverter esse cenário, equipe técnica da SOS Amazônia, com apoio da One Tree Planted, planeja a recuperação da cobertura vegetal do solo com a implantação de sistemas agroflorestais (SAF). A proposta é criar quintais florestais, com incentivo à segurança alimentar de 20 famílias envolvidas no processo de restauração. Na propriedade de Claudemir, um hectare será destinação à recomposição da paisagem florestal.
Em março, a equipe dará início ao cercamento das áreas e, a partir de abril, o plantio de leguminosas e outras espécies mais adaptadas a lugares úmidos e entorno de olhos d’água, como açaí, buriti e samaúma. Em novembro, depois dos meses mais críticos do verão amazônico, serão plantadas espécies florestais (ipê, maçaranduba, mogno, etc.) e frutíferas (cacau, graviola, cupuaçu, citros, etc.).
A Vila Hortigranjeira surgiu a partir de um projeto do governo do Acre para instalar na região um grande polo produtor de legumes, hortaliças e pequenos animais, principalmente, galinhas. “Aqui na cabeceira do Iquiri, usavam a água do igarapé para irrigar a plantação. A horta não foi pra frente e por isso ficou tudo desmatado”, relembra Claudemir.
Diante dos impactos provocados pela ocupação da vila, Adair Duarte, coordenador de Restauração Florestal da SOS Amazônia, comenta que a recuperação da nascente do Iquiri é estratégica para a população local e para toda a bacia hidrográfica do Rio Acre.
“A Vila Hortigranjeiro, assim como em toda a margem da BR-317, sofre degradação com atividades de agronegócio, adubação química do solo, mecanização da agricultura e monocultivo de soja e milho. Essa nascente está num território ocupado por muitas famílias e projetos de assentamento, que têm necessidade de água com qualidade para suas atividades. Essa restauração propicia esse benefício ambiental”, diz.
Em paralelo às ações de recuperação, os técnicos da SOS Amazônia desenvolverão atividades de educação ambiental com alunos do ensino infantil e fundamental da Escola Marieta Freire Rodrigues.