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SOS Amazônia apresenta Relatório de Atividades de 2022 com destaque nas ações de restauração florestal

Em 2022, a Amazônia registrou a maior taxa de desmatamento dos últimos 15 anos. Mesmo com os desafios e retrocessos da agenda socioambiental, a SOS Amazônia consolidou avanços no desempenho de suas atividades, especialmente na estruturação de cadeias produtivas sustentáveis e recuperação de áreas degradadas. Os resultados dessa atuação estão disponíveis no Relatório de Atividades 2022, apresentado em assembleia geral de associados e conselheiros, realizada por meio de videoconferência no dia 18 de agosto.

A pressão sobre a floresta compromete não apenas a biodiversidade de fauna e flora como também a qualidade de vida da população e de comunidades tradicionais e povos indígenas. Em contrapartida, a SOS Amazônia buscou respostas e alternativas para contribuir no enfrentamento dessas ameaças. De janeiro a dezembro, manteve seu propósito de proteger as florestas e buscar alternativas sustentáveis, mesmo quando o cenário era adverso e as circunstâncias desfavoráveis.

“O ano de 2022 foi cheio de desafios, mas muito inspirador com vistas à mudança que se fez necessária no Brasil. A SOS Amazônia realizou 12 projetos, apoiados por parceiros valiosos, quatro estados da Amazônia. Fazer florescer novas florestas na Amazônia foram as palavras-chave do ano, considerando a devastação e o crescimento descontrolado do desmatamento em todo o território brasileiro”, avalia Miguel Scarcello, secretário geral da ONG.
No decorrer de 2022, a atuação da SOS Amazônia envolveu diretamente 3.285 pessoas em comunidades ribeirinhas, projetos de assentamento, duas Terras Indígenas e quinze Unidades de Conservação do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia, contribuindo para a proteção de 5 milhões de hectares de floresta.

Foram realizadas mais de duas mil visitas de assistência técnica e extensão rural e florestal, com o objetivo de orientar as atividades de campo. A cadeia de valor da borracha, símbolo do extrativismo na Amazônia, teve destaque com a produção de 175 toneladas de borracha Cernambi Virgem Prensado.

Já a cadeia do cacau silvestre enfrentou desafios relacionados à variação climática, com extremos de seca e chuva, que provocaram a não germinação dos frutos na estiagem severa e, com a cheia dos rios, a perda dos frutos que ficaram alagados, tendo em vista que o cacau da Amazônia ocorre nas regiões de várzea, à margem dos rios. Ainda assim, os produtores conseguiram beneficiar 400 quilos de amêndoas de cacau silvestre. O incremento da produção extrativista gerou cerca de 2,4 milhões de reais em bioeconomia, contribuindo para a conservação da floresta e geração de renda às famílias.

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que, de janeiro a dezembro de 2022, foram desmatados quase três mil campos de futebol por dia na Amazônia Legal, totalizando 10.573 quilômetros quadrados de perda da cobertura florestal. Se os índices de desmatamento só crescem, a SOS Amazônia promoveu a recuperação de 80 hectares de áreas degradadas com o plantio de 141 mil árvores no modelo de agrofloresta, consorciando o plantio de espécies florestais, frutíferas e de palmeiras.

Para atender a demanda das atividades de restauração florestal, foram construídos 36 viveiros comunitários para produção de mudas, facilitando a logística nas comunidades de difícil acesso. Ao todo, foram produzidas 280 mil mudas.

O ano de 2022 marcou ainda o resgate da identidade visual da SOS Amazônia. Da imensidão da floresta, a seringueira se tornou o símbolo do extrativismo na Amazônia e motivou a luta por um ideal de conservação e sustentabilidade. A árvore está presente na marca original de fundação da SOS Amazônia (setembro de 1988) e, três décadas, os cortes da seringueira voltam a compor a marca da instituição, em traços que também estão presentes em toda a natureza, como no formato de uma flor, no encontro de dois rios, no emaranhado das árvores, no desenho de um animal…

Para cada ameaça, uma resposta. Para cada desafio, uma alternativa. Nada seria possível sem o apoio que recebemos, no decorrer do ano, de associados, conselheiros, parceiros corporativos e institucionais, voluntários, colaboradores, doadores e seguidores que acompanham nosso trabalho e fazem nossa mensagem ecoar mais longe.

Da Amazônia para o mundo, nosso agradecimento.

Somos Amazônia.
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