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Série - Organização social e políticas públicas

Resultados Resex Alto Juruá

Associação forte valoriza o diálogo

Pensando em melhorar a comunicação entre as diretorias e as comunidades da Resex Alto Juruá, foram realizadas diversas oficinas de Organização social, Associativismo e gestão, destinadas a diretores, conselheiros e associados da Associação de Seringueiros e Produtores da Reserva Extrativista Alto Juruá (Asareaj), e também a moradores da Resex.


O objetivo das oficinas é sensibilizar sobre a necessidade de se organizar e se apropriar da organização que os representam, ou seja, a percepção por parte dos produtores sobre a importância da funcionalidade da Associação. Além de buscar meios de melhorar o cotidiano das famílias, com a proposição de projetos para limpeza de lagos, rios e igarapés, e também na construção de escadas em barrancos que dão acesso às escolas da região.


Mauri Garcia de Souza, da Comunidade Foz do Bajé, é o segundo secretário da Asareaj e um dos que lutou pela criação da Resex Alto Juruá.


“Aprendemos muitas coisas importantes nessas oficinas. Com a ajuda dos técnicos temos a oportunidade de sentar e conversar com a diretoria sobre o que devemos e o que não devemos fazer para melhorar a Reserva”, disse.


Após essas iniciativas de  sensibilização da importância de estarem organizados, a Asareaj passa de 212 para 250 sócios.


Acesso às políticas públicas: caminhos para a inclusão social e produtiva

Sem dúvida, o projeto de ATES abre caminhos para que as famílias façam valer os seus direitos em relação às políticas públicas federais.


Começa pelo mutirão da documentação, realizado em parceria com o Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR/MDA). Sem esse serviço, vários produtores e extrativistas que estão com documentos desatualizados ficam impossibilitados de acessar políticas públicas, como os créditos fomento produtivo e fomento mulher, Pronaf, entre outros. Até o momento, aproximadamente, 1800 pessoas emitiram documentos ou deram entrada ao acesso a benefícios sociais com a realização dos mutirões da documentação.


Créditos viabilizam projetos familiares apresentados no planejamento

Assinatura de Contratos no Incra para viabilização de projetos produtivos e de extrativismo

Com a documentação em dia, torna possível a realização das demandas familiares apontadas nas oficinas de Planejamento Participativo nas comunidades polos.


Recentemente, a SOS Amazônia entregou na sede regional do Incra, 550 contratos (divididos em 275 para o Fomento Produtivo e 275 para o Fomento Mulher), referentes ao crédito instalação implementado pelo Incra na Reserva. Um investimento de, aproximadamente, 3 milhões de reais, com destaque para o fortalecimento das atividades das mulheres.


O fomento produtivo garante o fortalecimento das atividades desenvolvidas na UPF, com a aquisição de insumos, equipamentos e apoio ao transporte. No caso do Fomento Mulher destacam-se os investimentos em aquisição de equipamentos para o beneficiamento do açaí, infraestrutura destinada à produção de hortaliças, aquisição de máquinas de costuras, artesanatos, entre outros, de acordo com a demanda da família.


A exemplo de vários produtores, o ribeirinho Germano Bezerra do Nascimento, da comunidade Restauração, aderiu os roçados sustentáveis, trabalha a produção de mudas para reflorestar nascentes, e agora, para fortalecer suas atividades, vai ser beneficiado com o fomento produtivo.


“O crédito vai ajudar muito, meu projeto é comprar materiais para auxiliar na produção, como a roçadeira, uma casa de farinha e apoio no transporte da nossa produção para os municípios da região, e o mais importante sem agredir o meio ambiente”, reflete o ribeirinho.


ATES Resex: uma importante ponte de acesso aos mercados institucionais

O ATES atua também possibilitando o acesso a mercados institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). 37 famílias acessaram o PAA com a orientação técnica da SOS Amazônia; foram organizadas oito comunidades, totalizando 178 famílias, para a comercialização dos produtos (banana, feijão, farinha e óleo de copaíba) no mercado nacional, regional e local. Com isso, houve um aumento de 25% da produção da agricultura familiar e extrativista na Resex.


No domingo, 17, vamos publicar a série mais ganhos ambientais e sociais.

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