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SOS Amazônia apresenta ações 2016 ATES Resex Alto Juruá

Promovendo ações que buscam a melhoria da produção rural por meio da agricultura familiar sustentável, a SOS Amazônia, em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), apresenta iniciativas do projeto de Assessoria Técnica Social e Ambiental na Resex Alto Juruá no ano de 2016.


O ATES impulsiona técnicas que consistem na implantação das práticas agrícolas com o olhar voltado ao uso consciente dos recursos da natureza, sem desmatamento e uso do fogo. Seguindo essa lógica, a SOS Amazônia durante este ano realizou cursos e visitas técnicas que ajudaram a melhorar e aumentar a produção agrícola. Em 2016, mais de 100 famílias aderiram técnicas agroecológicas, como o uso dos roçados sustentáveis e Sistemas agroflorestais (SAFs).


No mês de dezembro, durante 13 dias, técnicos e voluntários estiveram em mais de 15 comunidades acompanhando e dando suporte as práticas desenvolvidas nas unidades produtivas familiares (UPF’s), levando orientações técnicas sobre fruticultura, horticultura, agricultura e formas de recuperação de áreas degradadas com uso das leguminosas mucuna-preta / Stizolobium aterrimum  e puerária /phaseoloides, detentoras de grande potencial na recuperação dos solos improdutivos, deixando de lado processos de cultivo que degradam o ambiente, além de diminuir consideravelmente a mão de obra.


Segundo Bismarque Pinheiro, coordenador técnico do projeto ATES/ Resex, junto a essas atividades também foi aplicado o 2º diagnóstico produtivo familiar, que mostrará como os grupos se encontram atualmente em comparação com a situação antes das ações do projeto.

“Em 2016 foram executadas diversas atividades tanto no âmbito ambiental como na área social. É notória a satisfação das famílias com as tarefas desenvolvidas, temos a expectativa de envolver mais produtores no próximo ano, principalmente quando os Fomentos Produtivo e Fomento Mulher estiverem disponíveis”, explica.


Com locais consolidados de SAFs, após um ano de atividades, foi possível encontrar áreas de produção de mudas para implantação e restauração de novos espaços, além de viveiros e hectares já com frutos. Um exemplo é a área do ribeirinho Olimar Vieira da Silva, da comunidade Alegria, localizada às margens do rio Tejo. Com o apoio do ATES Resex, Olimar já tem 5 mil mudas prontas para serem reintegradas em solos recuperados com técnicas agroecológicas.


“Antes, por ser uma tradição dos meus avós e pais, por muitos anos eu trabalhei desmatando e queimando a terra. Depois que comecei a usar a mucuna, eu comecei a ter um proveito muito maior graças a um solo mais rico. Esta é uma solução para qualquer produtor, hoje tenho uma safra garantida, com roçados perto de casa e fazendo SAFs para nossa alimentação”, relata Olimar.


Em 2017, tendo em vista o interesse das famílias beneficiárias, os rendimentos obtidos neste ano e a repactuação do contrato por mais 30 meses, espera-se que após a liberação dos créditos de fomentos, que beneficia mais de 500 famílias da RESEX, haja um investimento maior em insumos e equipamentos como roçadeiras, saquinhos para produção de mudas, entre outros, ocasionando uma maior produtividade para as famílias, segurança alimentar e aumento da renda.


O ATES na Resex Alto Juruá tem apoio do Ministério do Desenvolvimento Social, Ministério do Meio Ambiente, ICMBio e Serviço Florestal Brasileiro.

Por Deylon Félx | Edição Eliz Tessinari

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