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SOS Amazônia participa de seminário de avaliação de ATES

Equipe da SOS Amazônia participa do primeiro Seminário de Avaliação de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) e primeira Oficina de Saúde e Serviço Social em ATES, realizados pelo INCRA, entre os dias 8 e 12 de dezembro, no auditório da Secretaria Estadual de Agricultura e Produção, com a presença de profissionais da saúde, assistentes sociais, técnicos, coordenadores dos Núcleos Operacionais, beneficiários, representantes de mais seis instituições que se dedicam ao trabalho de ATES no Acre (CTA, PESACRE, EKOAR, EMATER, CIGA, Consuplan) e dos alunos do curso de agroindústria da Escola da Floresta, totalizando um público de 80 participantes.


O seminário tem por objetivo avaliar os serviços de ATES executados nos assentamentos do Acre; sistematizar os resultados obtidos desde o início dos contratos (2011); e apresentar sugestões para melhorar os serviços ofertados nos assentamentos.


Enquanto a Oficina tem por objetivo trocar experiências entre as áreas sociais (Saúde e Serviço Social) dos Núcleos Operacionais (NO's) de ATES e beneficiários; refletir sobre a práxis dos profissionais das áreas sociais dos Núcleos; e debater sobre as doenças tropicais, principalmente, o combate e a prevenção da malária.


"A troca de experiências possibilita a inclusão de novas propostas para a melhoria dos nossos trabalhos na Reserva Extrativista Alto Juruá. E que sejam sempre tomadas iniciativas como essa para servir de alinhamento na melhoria do nosso trabalho social na ponta", disse a assistente social da SOS Amazônia, Eucilânia Cordeiro.


Durante o evento, Adair Duarte, coordenador do projeto de ATES da SOS Amazônia, apresentou os resultados e dificuldades na execução do contrato de ATES.

"O seminário é uma boa oportunidade para SOS Amazônia apresentar os trabalhos desenvolvidos na Resex Alto Juruá, as experiências que estão dando certo, as dificuldades e ameaças. Ao mesmo tempo conhecer as experiências das outras entidades. Essa troca de conhecimento, com certeza, possibilita um grande avanço para todos nós", disse Adair.


Uma das boas experiências que a SOS Amazônia apresentou durante o Seminário foi a recuperação das áreas alteradas com o uso da leguminosa mucuna. Segundo Adair, 350 famílias já adotaram a técnica do roçado sustentável, ou seja, essas famílias vão ter em 2016, 350 hectares incorporadas ao sistema produtivo.


"Isso significa que essa experiência está trazendo um outro grande resultado, que é a redução do desmatamento e uso do fogo. As famílias estão gostando muito da técnica, inclusive os 7 mil quilos de sementes não foram suficientes para atender a demanda. A proposta é dobrar a quantidade de roçados sustentáveis, criando novos bancos de sementes para atender novas famílias em 2016", observa.


AMEAÇAS

Decerto, há muitas ameaças a serem superadas na Resex, algumas se apresentam como um grande desafio, que é o combate à pecuária extensiva.


 “A caça e a madeira ilegal são alguns dos obstáculos que enfrentamos. Mas, a preocupação maior é o avanço da pecuária extensiva na Resex Alto Juruá. Para que o nosso trabalho alcance o resultado esperado, que é o uso sustentável dos recursos naturais pelas famílias, por sinal, um dos importantes pontos que motivou a criação das reservas extrativistas, sem dúvida, é necessária uma fiscalização mais severa sobre aquelas pessoas que insistem em não obedecer ao termo de uso da terra e plano de manejo da Resex”, alerta Adair.


Neste sábado, 12, os participantes estão traçando estratégias para melhorar os serviços de ATES. Dentre as quais está a escolha de instrumentos de monitoramento e avaliação das atividades, principalmente para saber quais resultados concretos o ATES está trazendo paras famílias beneficiadas e o realinhamento das políticas públicas.
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